Assim que uma mulher grávida menciona a ideia de dar à luz fora de um hospital, um exército de pessoas bem-intencionadas, começando com ginecologistas e obstetras, são rápidos para mencionar todos os infortúnios que podem ocorrer no nascimento. Usando o argumento do parto quiabo, os mesmo irão enumerar uma lista de complicações possíveis, com a única intenção de aterrorizar a futura mãe.
E, se porventura, a mulher está decidida e cheia de informações, se posiciona em relação a possíveis imprevistos, possui uma equipe de parto humanizada responsável e competente, se preveniu sobre primeiros socorros, os termos de uma possível transferência a um hospital ou maternidade... Em seguida vem então a pergunta final: "E o que você faz em caso de prolapso de cordão?"
Bem, falar sobre prolapso de cordão.
Esta é a situação em que o cordão umbilical passa pelo colo do útero e pela vagina antes do feto. O cordão é então comprimido entre os ossos da pelve materna e o crânio do bebê, o que impede a troca entre a placenta e o bebê, incluindo a oxigenação. Esta é uma complicação muito grave, uma vez que o sofrimento fetal agudo pode levar rapidamente à morte do bebê. Uma cesariana de emergência é necessária para salvar a criança, ou uma extração rápida, com auxílio de instrumentos se o bebê já está prestes a sair.
Prolapso de cordão é raro.
O prolapso de cordão é certamente grave, mas extremamente raro. Cerca de 1 e 2 casos ocorrem em 1.000 nascimentos.
Quando os fatores de risco são examinados detalhadamente, a probabilidade de enfrentar essa complicação no parto em casa ou em casa de parto é muito menor. Alguns dados mostram que houve prolapso de cordão em casos como apresentação pélvica (40%), para bebês prematuros (30%) e para gêmeos (20%).
A gravidez em que o bebê está de cabeça para baixo, ou seja, aquela para o qual o nascimento em casa não está excluído, representa apenas 10% dos casos desta complicação. Os riscos para esta classe de parto, portanto, giram em torno de 1 e 2 por 10.000 nascimentos.
Alguns fatores de risco podem ser identificados antes do parto, como um excesso de líquido amniótico (polihidrâmnio) ou uma placenta ligado ao colo do útero (placenta prévia). Nestas situações, no entanto, notou-se uma pequena percentagem desta complicação.
Apesar disso, muitos casos de prolapso de cordão são causados por manobras obstétricas. Este é o caso da ruptura artificial da bolsa amniótica, o que representa 42% dos incidentes. Outros atos tais como a tentativa de girar o bebê através da manipulação do útero ou o uso de um balão inserido no colo do útero para induzir o parto, são citados como causadores desta complicação. Esses atos não são executadas em casas de parto nem à domicílio. A probabilidade desta complicação, portanto, cai para 1 a 2 por 20.000 partos de mulheres que dão à luz fora do hospital.
Gostaria de saber se a mobilidade das mulheres durante o parto teve um impacto positivo ou negativo sobre o risco de prolapso de cordão. Na verdade, o que acontece se a mãe é imobilizada de costas, com a parte inferior do corpo paralisada com uma epidural, suas contrações artificialmente ativadas por oxitocina sintética e é condenada a "empurrar" horizontalmente p bebê contraindo músculos abdominais sob as ordens de um médico? O resultado é diferente se a mulher estiver livre para se mover, adotar as posições mais confortáveis de acordo com as necessidades de seu corpo e deixando o útero contrair o mais natural possível?
E quando prolapso de cordão ocorre?
Embora o risco de prolapso de cordão sejamuito baixo, especialmente em casa ou em casa de parto, quais são as chaces do bebê sobreviver quando a complicação ocorre? Ao contrário do que o corpo médico nos faz acreditar, nem todos os bebês morrem em casa e nem todos são salvos no hospital.
Quando esta complicação é detectada em casa, uma técnica utilizada pela parteira é empurrar o bebê e o cordão para o útero e organizar a transferência de emergência para o hospital para uma cesariana. Para evitar que o cordão desça novamente na vagina, a mãe adota uma posição em que o colo do útero esteja alto, por exemplo, colocando-se de quatro com o quadril para cima e os ombros no chão. Para aumentar as chances de que o coedão permaneça no útero até a sala de cirurgia, a parteira pode colocar a mão na vagina para bloquear a passagem. Esta prática é suportada pela literatura científica. Não há estatísticas disponíveis sobre a taxa de sobrevivência infantil, infelizmente, mas os testemunhos de pais e parteiras que enfrentaram tal complicação mostram que esta técnica salvou crianças e que hoje são saudáveis.
Quando o prolapso de cordão ocorre no hospital, as chances de sobrevivência dos bebês não são totais. Entre 6% e 10% delas morrem. Os estudos não mencionam as razões para as mortes ou fatores agravantes, a não ser o risco que aumenta consideravelmente caso a paciente não receba atendimento o mais breve possível. Estes atrasos são eles próprios muitas vezes ligados à organização dos hospitais, onde obstetras sobrecarregados de trabalho se dividem de uma mulher em trabalho de parto e outra, abandonando à sorte das mães durante longos períodos, observando remotamente através de equipamentos, então, quando a luz ficar vermelha, organizando uma comoção de combate para enfrentar uma emergência inesperada.
A partir do momento em que metade dos casos de prolapso de cordão está diretamente relacionada com ações desnecessárias de médicos e hospitais, que a organização não oferece aconselhamento individual para as mães para reagir numa fase precoce de complicação, não é tão óbvio que, mesmo para uma complicação muito grave, o parto em casa ou parto em casa de parto extra hospitalar seja mais arriscado.
De qualquer forma, seja qual for o nível de risco, e apesar da excitação e alerta dos obstetras para o prolapso de cordão para aterrorizar mães, é à mulher que, em última análise, cabe a decisão de determinar o lugar onde ela se sente mais segura para colocar seu filho no mundo.
Fontes:
Alouini S., Mesnard L., Megier P., Lemaire B., Coly S., Desroches A., Management of umbilical cord prolapse and neonatal outcomes, Journal de Gynécologie Obstétrique et Biologie de la Reproduction, vol. 39, n° 6, pp. 471-477, octobre 2010.
The Royal College of Obstetricians and Gynaecologists, Umbilical Cord Prolapse, Green-top Guidelines n° 50, novembre 2014.
Sharon T. Phelan MD, Bradley D. Holbrook MD, Umbilical cord prolapse. A plan for an ob emergency , Contemporary OB/GYN, 1er septembre 2013.
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