domingo, 5 de junho de 2016

Leite artificial e a desnaturação da díade mãe-bebê.


Amamentar um bebê é uma decisão que se toma mesmo antes do parto. O aleitamento materno é uma troca muito importante e benéfica entre mãe e bebê. Toda mulher sofre pressão quando o assunto é amamentação. Antes de sair da maternidade ou mesmo antes de parir.

Nós mães somos pressionadas de todas as formas, seja para amamentar, seja para usar o recurso do leite artificial, sofrendo uma pressão psicológica aonde é invocada, inclusive, a possível morte do bebê. Mesmo a equipe médica muitas vezes insiste que usemos o leite artificial logo após o parto, uma vez que o bebê não consegue mamar. Sem sequer levar em conta que talvez esse bebê tenha saído do útero de forma agressiva, antes da hora ou simplesmente a mãe precisa de um suporte para iniciar com sucesso a amamentação. Assim, nós mães nos sentimos incapazes de amamentar, de nutrir nossos bebês. 

Ora, sabemos que, a exceção de alguns casos, toda mulher é capaz de amamentar suas crias desde o nascimento. Sobretudo, quando os eventos ocorrem naturalmente. O que nos falta nesse momento é apoio. É preciso se empoderar para isso. A pressão psicológica exercida é muitas vezes excessiva e pode ser traumatizante para uma mãe que acabou de parir, está sensível (e não fragilizada) e ainda em alguns casos acabou de viver um parto indesejado. Isso mexe muito com nosso eu. E então, num momento de falta de apoio, a mãe cede às pressões e o bebê começa desde a maternidade ingerir o leite artificial. 

O cansaço e em seguida as vantagens (veículadas pela mídia) do leite artificial são por vezes as razões pelas quais algumas mulheres escolhem o uso da mamadeira. Trocar o seio materno pela mamadeira traz consequências para a saúde do bebê. 

O leite artificial foi inventado em 1867 por um cientista alemão, da marca Liebig. Esse químico alemão multiplicou suas pesquisas sobre animais, inclusive os bovinos. O desejo desse pseudo-cientista era reinventar todos os potenciais dos animais e da natureza a fim de melhorar e desenvolver ao máximo toda produção. Ele é considerado como o fundador da agricultura industrial. 


O leite artificial é, portanto, um leite de origem animal, do qual deveria previamente ser destinado aos bezerros. Cada leite é próprio à cada espécie e a composição química, anatômica e orgânica, igualmente. 

No leite de vaca encontramos a beta-lactoglobulina. Essa proteína é alergênica para seres humanos. Sabendo que é necessário o mínimo 3 meses e meio para que o intestino de um bebê desenvolva uma barreira anti-alérgica eficaz contra as proteínas não humanas, o leite de vaca tem um tempo suficiente para trazer malefícios ao corpo do bebê que o ingere. 

O leite materno possui uma composição própria: 88% de água, 7% de glicídios, 4% de lipídios, e tantos outros micronutrientes. 

A lactose presente no leite humano apresenta-se (cerca de 85% dos glicídios) em forma de glucose e galactose. Esta é essencial para células cerebrais, musculares, gordurosas e intestinais. 

Os lipídios são constituídos (cerca de 98%) pelos triglicerídios. Os triglicerídios possuem um papel fundamental na mielinização do sistema nervoso, na resolução da visão e a síntese de hormônios. Esses triglicerídios são ausentes no leite industrial, logo eles estão presentes de forma artificial, sintetizados quimicamente. 

Os aminoácidos estão presentes no leite materno cerca de 4 a 5 vezes mais do que no leite artificial. 

O colostro é o leite secretado pela mãe nos primeiros dias de vida do bebê. Quando o bebê começa a mamar ele ingere açúcares raros que ajudam no crescimento da flora intestinal, impedindo a instalação de micróbios. 


O colostro é próprio a cada espécie e as vacas, por exemplo, não possuem esses açúcares. Além do mais, ao ingerir o colostro, os anticorpos da mãe são transmitidos ao bebê, bem como as vacinas que a mãe submeteu-se anteriormente. 

Impedir o recém-nascido de usufruir dos benefícios do leite materno é uma escolha que pode causar fragilidades na sua constituição psicológica. 

O leite artificial por muito tempo foi "vendido" pela mídia como um progresso, um avanço da conquista da mulher por sua liberdade. O uso da mamadeira permite ao pai a divisão da tarefa de alimentar, supondo uma igualdade entre os sexos. Esse argumento, herdado do feminismo dos anos 60, é ainda muito propagado, por feministas que visam suas lutas apenas para igualdade de gêneros. 

Considerar o leite artificial como um avanço para a liberdade da mulher é renegar a própria natureza da mulher, da nossa espécie. O real avanço para nós mulheres será quando pudermos amamentar nossas crias, segundo a necessidade de tempo e espaço de cada bebê. 



Transmitir essa ideia é um desejo de se reconectar com a natureza do nosso corpo. 

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Mães, antes de aderir ao uso do leite artificial busque ajuda com profissionais de apoio à amamentação ou busque um banco de leite para ajudá-la rumo ao sucesso da amamentação.

OBS: Nossa intenção aqui no DQP é informar, e sabemos que em alguns casos, há a necessidade do uso do leite artificial. Porém, lutamos para que casos assim sejam exceções. 

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