segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Respeitando a forma de nascer!



A cada dia que passa agradeço mais e mais por ter buscado e conhecido a tempo essa luta tão linda de militantes e ativistas femininas e do empoderamento feminino. Graças a elas eu não  contribui para a estatística de cesáreas desnecessárias do Brasil. Claro,você  vai dizer, você não pariu no Brasil. E eu te respondo que sim, não pari no Brasil, e se não fossem minhas buscas eu certamente correria dois riscos dos quais tenho visto muito por aí : 1o deles seria desejar voltar ao Brasil para parir, porque mesmo que saibamos que as coisas podem ser melhores fora do país a gente se sente mais seguro. E 2o eu poderia ter caído nas garras de um cesarista francês, e não se engane, isso existe aqui também, em menor escala. Já vi mulheres submetidas a cesáreas porque o bebe era grande, porque estava sentado, porque a mãe tinha diabete gestacional, enfim, uma infinidade de casos. Mas isso não nos tira o (des)mérito brasileiro de sermos recordistas em cesarianas. Eu sou fruto de uma cesariana dita (des)necessária depois de 8h de trabalho de parto,década  de 80, época do grande boom das cesáreas.
OBS : Preciso dizer aqui quenão  sou contra as cesáreas bem indicadas e que felizmente elas existem para salvar vidas ? Acho que nao né, todos entendem, que bom !

Na cultura ocidental tornou-se natural a incorporação da medicalização, acompanhada da inserção do homem no cuidado da saúde da mulher. Perdemos a beleza do natural, temos medo dele, fomos sucumbidos à normalizaçao do que não é normal e ridicularizamos a beleza da natureza. Passamos do nascimento normal domiciliar, cercado do cuidado feminino, para o ambiente frio e impessoal do hospital, e impedidas de estarmos aos cuidados que quem amamos.

A luta para retomarmos esse universo novamente está sendo árdua e penosa, uma vez que as duplas jornadas de trabalho unidas às fantasias sobre o risco do parto normal imperam na relação médico-(paciente)cliente, fazendo com que a mulher se sinta frágil, e opte por uma intervenção cirúrgica para trazer ao mundo seu bem mais precioso.

E não somente me ajudou essa enorme rede de apoio, ativistas do feminino e empoderamento, como tambem me trouxe para mais perto e para a açao, e hoje além de não ter contribuído para a estatística da cesárea eu sou mais uma na luta pelo direito da mulher ao parto. Por isso, vocês meverão  falar muito sobre isso. E você futura mãe, fique atenta ao que vou te dizer:

- Não desista, a sociedade e a cultura, quase na totalidade levam a mulher a pensar na cesárea como uma visão salvadora para o alívio da dor; mas ao contrário, o que minimiza a tão famosa dor no parto é o conhecimento, o estudo e o empoderamento. Basta pensar: Esse momento é meu, este é meu universo, e eu sei que posso parir como outras tantas mulheres fazem há milhares de anos!

- A Organização Mundial da Saúde preconiza uma taxa entre 10 e 15% de cesariana, que seria o fator de segurança para partos distócicos. Sendo assim, faça a análise crítica: Por que o Brasil descumpre essa regra? E as nossas crescentes taxas de mortalidade materna, tem relação com a via de nascimento? As mulheres brasileiras conhecidas por suas belas formas não podem parir? Qual problema acontece na sociedade brasileira para essa inversão? Será que sou diferente das mulheres que conseguem parir?

- Busquem evidências científicas! É pouco comum achar profissionais de saúde, que pautem seus cuidados nas práticas baseadas em evidências, ou seja, com o passar dos anos várias práticas utilizadas no passado são transformados, mas temos alguns médicos que preferem os livros cheios de teorias do que estudos atuais e eficazes que mostram a real forma de cuidado que deve ser empregada. Por isso: Se informe!! A internet hoje é nossa aliada e está recheada de artigos e declarações de bons médicos defensores da forma natural de vir ao mundo.

Para finalizar, deixo uma reflexão…
Para mudarmos o mundo é preciso primeiro mudar a forma de nascer. Michel Odent 

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