segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Manha? Toda criança faz, inclusive as francesas!


Eu recebi várias  vezes durante a gravidez e ainda hoje a indicação do livro escrito por uma amerciana que mora na França e escreve sobre a suposta boa educação (autoritária) das crianças francesas. Você deve saber muito bem de que livro estou falando né ? Eu sempre o via nas prateleiras das livrarias, ainda no Brasil e jamais tive a curiosidade de ler porque imaginava de certa forma do que se tratava e nessa época não me interessava tanto assim pelo simples fato de não pensar em ter filhos. Pois bem, aí  o Rudá resolveu que iria chegar e eu mergulhei nessa onda da maternidade e parentalidade de um modo geral. O título  me veio novamente a cabeça, mas ainda assim não me interessava ; agora eu vivia com um (pseudo)francês e por vezes tocávamos nesse assunto educação, parentalidade mas sem muita pressa, afinal nosso Rudá estava apenas se desenvovlendo dentro de mim. 
  
No dia seguinte ao nascimento do Rudá recebi um telefonema de uma colega que estava partindo da França e gostaria de me deixar um presente. Adivinhem : o próprio: "Crianças francesas não fazem manha" ! E então, como já  havia passado todas as 40 semanas da gestação num intensivo estudo de busca pela melhor forma de acolhimento e vivência  com o mais novo membro da família, decidi que era hora de ler esse livro e me fortalecer em minhas convicções. E eu realmente não me surpreendi, esse livro tratava mesmo da forma severa e autoritária de educar e se relacionar. E não é  somente porque eu vivo na França que eu tenho essa opinião, eu também vivi uma educação severa e autoritária aonde ter medo era confundido com respeito. 
Vi que muitas mães, sobretudo brasileiras, veneraram esse livro e pensam que os europeus, mais precisamente franceses são pais extraordinariamente fantásticos e evoluídos. Enganam-se ! Toda criança faz manha, inclusive as francesas; não há mágica nessas famílias. Toda criança faz manha sim, aqui e em qualquer lugar. Todos passamos por isso, e todos temos essa tendência a olhar para o lado e se comparar, achar que o outro é capaz de gerenciar os problemas de forma mais fácil e melhor que nós. A verdade e que ser pai e mãe é  uma construção de cada dia e não é  fácil. 
E eu sou uma prova viva de que podemos mudar padrões. Eu apanhava quando criança. Eu prefiro pensar que o fato de hoje eu não ser uma delinquente ou ter chegado aonde cheguei é pura e simplesmente por causa do amor que me era dado paralelamente à educação severa a qual fui criada. E isso me dá  hoje a oportunidade de reprovar o famoso "bater para educar" e não querer naturalizar e perpetuar essas práticas. 
Eu deixo então pra vocês uma dica de leitura super interessante da da psicoterapeuta francesa Isabelle Filliozat, criadora da Escola de Inteligência Emocional e Relacional, ela defende a tese de que toda criança faz pirraça e que este, na verdade, é seu modo de se expressar em seu livro “Já tentei de tudo” (Sextante) e ensina como lidar com birras, manhas e ataques de raiva de crianças de 1 a 5 anos.



2 comentários:

  1. Realmente é uma tarefa árdua e cotidiana, que muitas vezes nos desespera, nos aflige!! Mas somos mães não desistimos!

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    1. Com certeza Dani, a ideia eh mesmo nunca desistir.
      E por isso estou nessa causa para o acolhimento e empatia a todas as mães que assim como eu e voce estamos sempre tentando acertar! <3

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