* Gravura retirada do livro: You, me and the breast, de Monica Calaf
Desde quando me descobri grávida eu iniciei um processo de busca bem intensivo. Bom, sou uma cientista e como toda boa pesquisadora, me dediquei a fundo no processo de busca de evidências para construção e reformulação de alguns valores. E numa dessas me fortaleci no desejo de amamentar exclusivamente e em livre demanda meu bebê. Mas, eu não imaginava o que estava a me esperar!

Por que na França o desmame é tão precoce?
Pois bem, como alguns de vocês sabem eu estou morando na França e como diz uma amiga da minha irmã: as francesas adoram uma formulazinha. E infelizmente é verdade! E aparentemente isso se intensificou com a legalização do aborto em 1975, do qual acarretou em enormes ameaças a médicos que o praticavam. Com uma pressão enorme (sobretudo de cristãos, eu até arriscaria da igreja nesse caso), ameaças de morte, e ao mesmo tempo havendo um crescente lobby das indústrias lácteas, médicos, com o intenção de diminuir o número de abortos e se livrar dessa culpa começam a incentivar o desmame precoce. Até hoje, 40 anos depois, médicos que realizam o abortamento são mau-vistos dentro da profissão. O incentivo ao desmame precoce parecia também uma das alternativas para uma mulher, que não desejava ser mãe, se ocupar "menos" do seu bebê e poder sem medo e peso na consciência voltar ao trabalho, desmamar seu bebê e deixá-lo aos cuidados de outrem. Lembrando que durante muitos anos a mulher lutou para poder ter direito ao trabalho, no entanto a liberdade até hoje não foi conquistada. Na França a licença maternidade é de 3 meses.
E então aos poucos foi se formando esse mau-hábito de desmame precoce. Há ainda outras razões defendidas pela sociedade para o desmame e ingestão precoce de leite artificial, além claro da ausência de incentivo e apoio moral às mães, que como todos sabem, é extremamente essencial. Uma mãe que é orientada por um bom profissional e que recebe o apoio moral daqueles que a rodeiam certamente persistirá na amamentação exclusiva E em livre demanda.
Diferentemente da nossa cultura brasileira, da qual somos super acolhidas e rodeadas de toda família, aqui até mesmo os médicos (obstetras e pediatras) sugerem que a nova família se isole. O que raramente facilita para uma recém mãe que precisa de ajuda e apoio emocional para se ocupar desse novo serzinho, ao lado de um recém pai que é quase sempre mais leigo ainda.
Moral da história, bom vamos desmamá-lo assim o pai ajuda no revezamento de mamadeiras, a mãe se "recupera" mais facilmente, e em pouco tempo bebê dormirá a noite inteira (fazer suas noites, traduzindo ao pé da letra como se diz aqui). Aliás essa a 1a pergunta que TODOS (sem exceção) fazem ao ver uma mãe com um bebezinho: il fait déjà ses nuits?
Além claro da escassez da licença maternidade. Com 3 meses, a mãe se vê obrigada a desmamar seu bebê para deixá-lo na babá e/ou na creche, e muitas dessas alternativas não aceitam como opção o leite materno para ser administrado ao bebê com o argumento de não se responsabilizar caso haja um problema no processo de armazenamento do leite materno. Ao contrário da facilidade que é simplesmente misturar algumas colherinhas de pó na água.
É claro e, felizmente que há exceções, mas essas ainda também sofrem com a falta de apoio e olhares tortos quando se expõem.
PS: quero deixar claro aqui que esse texto não tem em nenhum momento a intenção de julgar você mãe que, por falta de conhecimento, apoio ou por uma real necessidade do bebê, precisou se render ao uso do LA.
Desde quando me descobri grávida eu iniciei um processo de busca bem intensivo. Bom, sou uma cientista e como toda boa pesquisadora, me dediquei a fundo no processo de busca de evidências para construção e reformulação de alguns valores. E numa dessas me fortaleci no desejo de amamentar exclusivamente e em livre demanda meu bebê. Mas, eu não imaginava o que estava a me esperar!

Por que na França o desmame é tão precoce?
Pois bem, como alguns de vocês sabem eu estou morando na França e como diz uma amiga da minha irmã: as francesas adoram uma formulazinha. E infelizmente é verdade! E aparentemente isso se intensificou com a legalização do aborto em 1975, do qual acarretou em enormes ameaças a médicos que o praticavam. Com uma pressão enorme (sobretudo de cristãos, eu até arriscaria da igreja nesse caso), ameaças de morte, e ao mesmo tempo havendo um crescente lobby das indústrias lácteas, médicos, com o intenção de diminuir o número de abortos e se livrar dessa culpa começam a incentivar o desmame precoce. Até hoje, 40 anos depois, médicos que realizam o abortamento são mau-vistos dentro da profissão. O incentivo ao desmame precoce parecia também uma das alternativas para uma mulher, que não desejava ser mãe, se ocupar "menos" do seu bebê e poder sem medo e peso na consciência voltar ao trabalho, desmamar seu bebê e deixá-lo aos cuidados de outrem. Lembrando que durante muitos anos a mulher lutou para poder ter direito ao trabalho, no entanto a liberdade até hoje não foi conquistada. Na França a licença maternidade é de 3 meses.
E então aos poucos foi se formando esse mau-hábito de desmame precoce. Há ainda outras razões defendidas pela sociedade para o desmame e ingestão precoce de leite artificial, além claro da ausência de incentivo e apoio moral às mães, que como todos sabem, é extremamente essencial. Uma mãe que é orientada por um bom profissional e que recebe o apoio moral daqueles que a rodeiam certamente persistirá na amamentação exclusiva E em livre demanda.
Diferentemente da nossa cultura brasileira, da qual somos super acolhidas e rodeadas de toda família, aqui até mesmo os médicos (obstetras e pediatras) sugerem que a nova família se isole. O que raramente facilita para uma recém mãe que precisa de ajuda e apoio emocional para se ocupar desse novo serzinho, ao lado de um recém pai que é quase sempre mais leigo ainda.
Moral da história, bom vamos desmamá-lo assim o pai ajuda no revezamento de mamadeiras, a mãe se "recupera" mais facilmente, e em pouco tempo bebê dormirá a noite inteira (fazer suas noites, traduzindo ao pé da letra como se diz aqui). Aliás essa a 1a pergunta que TODOS (sem exceção) fazem ao ver uma mãe com um bebezinho: il fait déjà ses nuits?
Além claro da escassez da licença maternidade. Com 3 meses, a mãe se vê obrigada a desmamar seu bebê para deixá-lo na babá e/ou na creche, e muitas dessas alternativas não aceitam como opção o leite materno para ser administrado ao bebê com o argumento de não se responsabilizar caso haja um problema no processo de armazenamento do leite materno. Ao contrário da facilidade que é simplesmente misturar algumas colherinhas de pó na água.
É claro e, felizmente que há exceções, mas essas ainda também sofrem com a falta de apoio e olhares tortos quando se expõem.
PS: quero deixar claro aqui que esse texto não tem em nenhum momento a intenção de julgar você mãe que, por falta de conhecimento, apoio ou por uma real necessidade do bebê, precisou se render ao uso do LA.
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