quinta-feira, 11 de junho de 2015

Parto de homem.

Nesse post trago pra vocês o relato de parto do meu companheiro, isso mesmo! Sim, ele teve a oportunidade única e profunda de estar presente, participar ativamente e sentir muita emoção ao me apoiar em minha passagem pela partolândia. Com vocês o relato do meu companheiro!

Não foi uma noite tranquila, foi uma batalha; parir e violência. Uma violência criativa.
Antes de viver esta coisa não poderia imaginar como seria. Esta batalha confirmou o que eu pensei desde muito tempo: a mulher tem uma força desconhecida, reprimida pela sociedade patriarcal.
Depois do início da gravidez eu queria participar ao máximo de todo processo. É muito difícil para o homem, nós não sentimos nada das alterações físicas. Não temos a sensação do 'chute', não ficamos enjoados, não ficamos lunáticos, não temos transformações e etc. E sem contar que pra nós parece mudar tudo muito rapidinho.
Eu estava pronto pra ter um filho, mas antes de realmente viver tudo isso, ficava só na teoria.

Pra ultrapassar a natureza e poder viver a gravidez e ajudar meu amor, decidi participar com ela a várias atividades. Sobretudo o canto pré-natal. Foi uma das coisas mais importantes da minha vida, essa escolha, que pra mim foi natural. No início não sabia se ajudaria de verdade, mas já dividir uma coisa assim em relação a gravidez já foi muito importante.

Agora depois da grande vitória, eu posso dizer que foi uma coisa fundamental pra mim !

Eu vou falar só do momento no hospital, desse momento tão precioso. Eu participei plenamente do parto. Foi das 1as contrações até a expulsão do Rudá. 
Tudo que imaginei acabou em fumaça...
Eu li muitas coisas antes do D-Day mas nada aconteceu como previsto. Eu imaginei que teria tempo entre as contrações para descansar, mas o nosso filho tinha uma imensa força e vontade de chegar nesse mundo! Pra minha companheira foi um combate épico, digna dos titãs, pra mim foi uma maratona...Como o Feidípides da lenda grega, não pode parar! A escolha dela de não ter peridural nos obrigou a nos ajudarmos com o canto pré-natal. O 'mo do relai' foi duma grande ajuda. Durante 8 horas minha companheira e eu fizemos esse barulho parecido aos gritos dos tempos antigos. Com toda minha força física e moral tentei apoiar minha companheira. Durante o tempo do trabalho, não pude sequer sair do lugar, sem comer, sem urinar, sem descansar, junto com ela e com o seu sofrimento... Porque foi um momento difícil psicologicamente, ver a mulher que você ama sofrer a morte, é muito complicado. Sobretudo, quando ela te suplica para encontrar uma solução contra a dor...Você não sabe o que fazer... Felizmente o pessoal obstétrico foi mágico! Ao pico da tempestade minha companheira teve um momento de fraqueza, mas a obstétrica a ajudou a continuar o trabalho. Chorei nesse momento com ela de emoção (eu falo disso por que é muito raro pra mim, infelizmente). O fim do trabalho, a chegada de nosso filho foi o mais difícil pra ela, mas pra mim a fatiga das emoções relaxa minhas tensões. 
Eu vi a chegada de nosso filho ao vivo diretamente, não queria perder nada! Quase incomodei a obstretriz. Na expulsão a alegria foi tão grande que demorei um tempão antes de olhar o sexo de nosso bebê !
Que coisa maravilhosa é dar a vida! 
Mesmo se alguns falam que é feio porque tem sangue, eu achei que foi a coisa mais linda que pode acontecer ! 
É assim que nosso filho Rudá chegou ao mundo e trouxe mais cores em nossas vidas!
                               


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