sexta-feira, 29 de maio de 2015

Plano de parto ( - avec version française - )



Como prometido, segue o meu plano de parto. Tudo foi sim seguido à risca, me deixando muito satisfeita com todo o processo do nosso nascimento, meu e do Rudá.  


1. Carta introdutória para o plano de parto


Antes do parto nós solicitamos que o grupo de apoio médico tome conhecimento do nosso plano de parto a fim de tomar conhecimento dos nossos desejos.

Nós fizemos algumas escolhas em relação ao desenrolar deste evento.  Nós queremos ser responsáveis desse momento único, vivê-lo plenamente, e o mais natural possível. Trata-se do nosso 1o bebê e desejamos que sua chegada seja inesquecível. 

Nós reconhecemos que certas ocasionalidades podem acontecer, das quais o conhecimento e experiência de uma equipe médica seja de suma importância. No entanto, antes de qualquer intervenção, nós desejamos ser informados com uma explicação detalhada das razões e dos efeitos possíveis, bem como os riscos que tal procedimento possa nos trazer a fim de nos deixar a liberdade de escolher o que nos convier melhor. 

Por isso antes de começarmos o real TP desejamos apresentar nosso plano de parto e agradecemos desde já o acompanhamento. Esperamos poder discutir sobre esse projeto e estabelecer uma relação de confiança, indispensável ao contrato de assistência tal qual definido pelo código médico e jurisprudência. 

Na espera de encontrá-los, recebam senhores, nossas saudações. 

2. O plano de parto.

O pai. O pai deseja me acompanhar, estar presente nesse momento sem que haja qualquer constrangimento e convite para que ele se retire da sala em nenhum momento e por nenhuma razão, mesmo que haja necessidade de uma cesariana.  Se por algum motivo meu estado de saúde não me permita acolher o meu bebê, nós desejamos que seja o pai o primeiro a ter contato com ele. Nós somos também por toda a gravidez acompanhados por uma doula e gostaríamos que ela estivesse presente no momento do meu parto. 

O ambiente. Eu gostaria de fazer uso da sala fisiológica (nesse caso, como fiz a troca da clínica pelo hospital não tivemos essa escolha pois o hospital não possuía até então uma sala fisiológica) tanto no trabalho quanto no parto em si mesmo. Gostaria que essa sala não seja um local de entra e sai do corpo médico do hospital, respeitando meu momento, minha intimidade e minha necessidade de calma. Para o momento do expulsivo sobretudo gostaria de menos barulho possível bem como baixa intensidade luminosa.

O trabalho. Gostaria de ter mobilidade durante todo o trabalho, se o uso de um monitor for necessário, desejo que seja do tipo ambulatório, possibilitando-me a mobilidade. Não desejo fazer uso de anestesia peridural, nem nenhuma outra medicação (oxigênio, perfusão ou calmantes). Autorizo o uso de medicamentos HOMEOPÁTICOS ou acupuntura como métodos para facilitar o TP. Não desejo que o processo fisiológico seja acelerado ou retardado por qualquer que seja a intervenção médica. Ficarei feliz de receber conselhos da obstretiz e desejo que meus atos intuitivos sejam respeitados. Desejo o menos de exames internos possíveis e não quero ser depilada. Eu rejeito absolutamente a intervenção médica da epsiotomia, conforme artigo L 1111-4 do código de saúde pública (lembrando que se trata do código francês). 

Eu quero poder comer e beber se tiver vontade, mesmo que em pequenas quantidades.

O nascimento e os primeiros cuidados com o bebê. Desejo poder adotar a posição que me convier para receber meu bebê. Eu prefiro correr o risco de ter lacerações a ser submetida a uma epsiotomia. Desejo que seja eu ou seu pai que o pegue nos braços assim que sair de mim. Ele será colocado em meus braços. Não quero que o cordão seja cortado ou pinçado antes que pare de pulsar. Desejo que seja seu pai que corte o cordão. Desejo que meu bebê esteja em contato pele a pele comigo o tempo que julgar necessário e que nosso encontro se faça dentro de uma respeitada intimidade. Eu quero ver a placenta depois de sua saída. Gostaria que o corpo medical esteja disponível mas com discrição e respeito nesse momento frágil que é o primeiro contato com meu bebê depois de seu nascimento. Gostaria de estar bem instalada com meu bebê com os aparatos permitidos a serem trazidos por mim. O exame inicial, pesagem e etc podem esperar o tempo desse primeiro momento que apreciarei com meu bebê.  Além disso qualquer procedimento que seja feito desejo que se realize em nossa presença. Eu não quero a utilização de fórceps, ventosas ou colher para a retirada do meu bebê. Não quero que nenhuma substância (aspiração, medicamento, vacina e alimentação) seja administrada ao meu bebê a não ser meu leite. Gostaria também que meu bebê não seja lavado após seu nascimento, e que seja eu ou seu pai a dar o 1o banho após, no mínimo, as suas 1as 24h. 

A partida. Desejo deixar o hospital o quanto antes possível, claro se tudo estiver bem comigo e com o bebê. Um horário já está previsto com a obstretriz que me acompanhou durante a gravidez. (Acabei ficando 3 dias no hospital, tive receio de voltar pra casa e ficar sozinha com o filho, uma vez que o marido trabalhava e a vovó já estava voltando para o brasil).

Eventualidades. Em caso de extrema urgência, nós desejamos que sejamos sempre avisados do que se precederá.  A fim de que possamos tomar decisões a respeitos de possíveis intervenções. 

A não separação. Desejamos que todo procedimento realizado seja pensado em jamais haver separação mãe e bebê. Se o bebê precisar ser transferido para um outro estabelecimento, desejamos que a mãe possa acompanhá-lo.
Se alguns procedimentos são de extrema necessidade e urgência ao nosso bebê, desejamos que seja feito em nossa presença com seus devidos comentarios. E se o estado de saúde da mãe não permitir a permanência com ele, desejamos que seja seu pai que o acompanhe até a minha recuperação. 

A cesariana. Se uma cesariana for em último caso necessária, desejo ter a possibilidade de assistir ao nascimento, com o uso de uma anestesia local, tendo o apoio físico e emocional do meu marido. Gostaria que o aparato cirúrgico seja o quanto antes retirado e que eu possa aproveitar do meu bebê como em um parto normal.

A amamentação. Se por ventura o meu estado de saúde não permitir a amamentação após o nascimento, desejo poder retirar meu leite com a ajuda de uma bomba elétrica e toda equipe de um banco de leite. Se o bebê não pode mamar, que ele possa ao menos alimentar-se do meu leite materno, e não autorizo o uso de nenhuma outra substância artificial, nem sequer de mamadeiras com bicos artificiais.


A hospitalização. Desejo ter meu bebê na minha cama 24h e que a amamentação possa ser conduzida à livre demanda. Desejo que o pai fique conosco. 

Resumo: 

- presença do pai todo instante, mesmo em caso de uma cesariana de urgência.  
- sala com pouca luz e sem barulho.
- ter mobilidade no momento do trabalho.  
- não desejo peridural.
- não quero epsiotomia. 
- adotar a posição de minha escolha para o momento expulsivo.  
- receber diretamente meu bebê em meus braços.  
- não desejo que ele seja lavado, aspirado, e nem a utilização de nitrato de prata em seus olhos.
- desejo amamentar meu bebê e no caso de indisponibilidade minha, desejo poder tirar o leite. 
- quero que todas as medidas sejam tomadas a fim de evitar uma possível separação entre mim e meu bebê. 
- para a internação no hospital desejo estar todo tempo com meu bebê.  


Em breve trago pra vcs o nosso relato de parto, meu e tb a experiência do pai do Rudá, que participou ativamente.



Version Française:


1. Lettre accompagnant le projet de naissance



Au préalable de l'accouchement, nous vous remercions de bien vouloir prendre connaissance de ce projet afin d'être informés de nos désirs ;

Nous avons fait des choix quand au déroulement de cette venue. Nous voulons être responsables de cet événement unique, le vivre pleinement et le plus naturellement possible. Ça seras notre première bébé et nous voulons que son arrivé soit inoubliable.
 

Nos reconnaissons que des circonstances puissent arriver où les connaissances de l'équipe médicale soient d'une importance vitale. Avant toute intervention, nous voulons être informés avec une explication détaillée des raisons et des effets possibles ainsi que des risques que présentent d’éventuelles thérapies de remplacement, afin de nous laisser choisir ce qui nous conviendrait le mieux.
 
Avant d'entamer ensemble l'aventure de l'accouchement, nous vous présentons notre projet par points et nous remercions par avance de nous accompagner. Nous espérons que nous pourrons discuter de ce projet et que nous pourrons établir ensemble une relation de confiance,
 indispensable au « contrat de soins » tel que défini dans le code de déontologie médicale et la jurisprudence.

Dans l'attente de se rencontrer, recevez, Mesdames, messieurs, nos salutations respectueuses.
 


2. Le projet de naissance


Le père. Merci d'autoriser le père, qui souhaite m’accompagner, a être présent sans que personne ne l’invite a sortir a aucun moment et pour aucune raison, quelque soit la façon dont se déroule l’accouchement (même en cas de césarienne). Si toutefois mon état de santé ne me permet pas d’accueillir notre bébé, nous désirons que ce soit son père qui entre en premier en contact avec lui.
Nous avons aussi une personne qui nous a accompangé pedant toute la grossesse, en nous soutenant moralement et aussi psychologiquement, à moi et mon mari, et nous aimerons pouvoir profiter de sa présence ou cas où je sens la besoin.

L’environnement. Je souhaite bénéficier de la « salle physiologique », aussi bien lors du travail que de la naissance. J’aimerais que cette salle ne soit pas un lieu d’aller et venue mais préserve bien mon intimité et mon besoin de calme. Tout particulièrement lors de la sortie de notre bébé, je souhaite le moins de bruit possible ainsi qu’une faible intensité lumineuse. Je ne désire pas être assistée par un(e) étudiant(e) en médecine ou en obstétrique à moins d’avoir eu un contact satisfaisant avec celle ou celui-ci. Dans ce cas, je souhaite qu’il ou elle reste pendant tout l’accouchement et qu’une sage femme ou médecin qualifié soit également présent.

Le travail. Je souhaite rester mobile pendant tout le travail, si un suivi par monitoring vous semble nécessaire, je désire qu’il soit de type ambulatoire. Je n’envisage pas le recours à une anesthésie péridurale, ni à aucun apport (perfusion, oxygène). Je consens à l’utilisation de remèdes homéopathiques, ou à l’acupuncture en tant que méthodes pour faciliter le travail. Je ne veux pas que le processus physiologique soit accéléré ou ralenti par intervention médicale. Je serai heureuse de recevoir des conseils de la sage-femme, et souhaite que mes actes intuitifs soient respectés. Je désire le moins d’examens internes possibles, et ne veux pas être rasée.
 Je refuse absolument l’acte médical de l’épisiotomie, conformément à l’article L 1111-4 du code de la santé publique et en toute connaissance de cause.
Je veux pouvoir boire et manger, même en petite quantité.

La naissance et les premiers soins au bébé. Je désire pouvoir adopter la position de mon choix lors de sa venue. Je préfère déchirer que d’avoir à subir une épisiotomie. Je désire que ce soit moi-même ou son père qui prenne notre bébé dès sa sortie. Il sera déposé sur mon ventre dans mes bras. Je ne veux pas que le cordon soit coupé ou pincé avant qu’il ne cesse sa pulsation. Je veux que soit le père que le coup le cordon. Je désire que notre bébé reste en contact direct avec ma peau aussi longtemps que souhaité, et que notre rencontre se fasse dans l’intimité. Je veux voir la placenta après sa sorti. Je vous demanderais d’être disponible mais tout à fait discret afin d’être respectueux de ce processus fragile qui est l’attachement. Je souhaite être installée confortablement avec mon bébé et avoir recours à divers accessoires (couvertures, oreillers). L’examen, la pesée peuvent attendre quelques heures et nous souhaiterions qu’ils se fassent en notre contact. Je ne veux pas l’utilisation de forceps, ventouse, cuillère. Je souhaite que nous ayons l’entière responsabilité des soins de notre bébé. Je veux qu’aucune substance (aspiration, médicament, vaccin et alimentation) ne soit administré à notre bébé autre que mon lait maternel. J’aimerais aussi que mon bébé ne soit pas lavé de suite après la naissance, et que nous, soit moi ou le père puissions le faire après quelques heures.


Le départ. Je désire quitter la maternité le plutot possible après l’accouchement, bien sur si tout va bien pour mon bébé, je vous serais reconnaissante de nous donner des informations écrites s’il a lieu. Un processus de concertation préalable est en cours de planification.

Les éventualités. En cas d’extrême urgence, nous demandons à rester des interlocuteurs. Dans toutes les circonstances et dans la mesure du possible, nos désirs évoqués ci-avant doivent rester de mise. Ci-après nous indiquerons quelques points que nous pensons réalisables.

La non-séparation. Nous souhaitons que toutes les mesures soient prises pour que la mère et le bébé ne soient pas séparés. Si l’enfant doit être transféré dans un autre établissement nous souhaitons que la mère puisse le suivre. Si les soins urgents au bébé sont indispensables, je souhaite qu’ils soient faits en contact avec moi-même ou de son père, ou pire en notre présence avec des commentaires. Si l’état de santé de la mère ne lui permet pas d’être avec notre bébé, c’est le père qui prendra en charges les soins de notre bébé.

La césarienne. Si la césarienne devient nécessaire, je souhaite avoir la possibilité d’assister à la naissance, grâce à une anesthésie locale, la main dans celle de son père ou la personne de mon choix. Lors de celle-ci, je souhaite que le champ opératoire soit baissé à la fin de l’intervention et que nous puissions prendre contact avec notre bébé dans des conditions semblables à celle d’un accouchement par voie basse.

L’allaitement. Si l’état de santé de la mère ne lui permet d’allaiter notre bébé tout de suite après sa venue, elle devra pouvoir tirer son lait à l’aide d’un tire lait électrique dès que possible et régulièrement. Si l’enfant ne peut téter, il doit bénéficier de mon lait maternel et d’aucune autre substance, qui lui sera administré sans l’usage d’une tétine. Si j’ai des soucis pour la mise en place de l’allaitement, j’aimerais être aidé par un DAL.

L’hospitalisation. Je souhaite garder mon bébé dans mon lit 24h/24 et que l’allaitement puisse être conduit à la demande. Je désire que le père puisse rester avec nous.

Résumé :

-       Présence du père tout l’instant, même en cas d’une césarienne d’urgence.
-       La salle avec peu de lumière et sans bruit.
-       Rester mobile pedant le travail.
-       Je ne souhaite pas la péridurale.
-       Je ne veux pas avoir l’épisiotomie.
-       Adopter la position de mon choix pour l’expulsion du mon bébé.
-       Recevoir de suite mon bébé dans mes bras.
-       Je ne veux pas qu’il soit lavé, aspiré, et ni l’utilisation de nitrate d’argent dans ses yeux.
-       Je veux pouvoir allaitter mon bébé et ou cas où je soit indisponible, je veux pouvoir retirer le lait pour qu’il puisse le boire.
-       Je veux qe toutes les mesures soient prise pour que je soit pas séparée de mon bébé.
-       Pour le séjour à l’hopital je souhaite être tout les temps avec mon bébé et que le père aussi puisse rester avec nous.




terça-feira, 19 de maio de 2015

Sobre a espera em outro país


Como falei anteriormente, a espera do meu bebê vinda cheia de mudanças, tanto físicas quanto emocionais, não foi nada fácil. Eu estava completando 24 semanas quando nos mudamos pra França depois de algumas idas e vindas entre Rio de Janeiro e Vitória, preparação de visto, entrega de apartamento, despedidas e etc. Se você é mãe sabe o que toda essa situação pode desencadear numa grávida e se você não é mãe, pode imaginar e se você é homem, é só pensar se gostaria de estar ao lado de uma mulher que muda de humor a cada respiração, rs.
Pois bem, partida turbulenta e chegada também, afinal a gente chegou em Pau sem "ter aonde morar", enquanto buscávamos um apartamento vivíamos com a futura vovó do Rudá.
Retomei meu pré-natal com um médico sugerido por uma amiga, em uma maternidade*. O dr sempre muito simpático me explicou que aqui o parto é sempre normal e uma intervenção cirúrgica é feita somente em casos extremos. Essa clínica é simplesmente o sonho de toda parideira. Uma sala fisiológica ultra equipada, banheira, cama, banquetas, tecidos suspensos, enfim, um cenário ideal SE também os funcionários fossem pró-parto-fisiológico. Durante as aulas de yoga com a sage-femme (obstetriz) fui percebendo que a clínica possuía muitos protocolos preventivos o que não dava muita liberdade nem aos funcionários (que não eram em sua maioria sequer capacitados) nem às futuras mães. E por isso aos 45' do 2o tempo, ou seja, com 38 semanas, tomei a decisão de trocar de médico e fui para o hospital público com meu plano de parto e fui super bem acolhida. Estava me sentindo muito insegura no que se referia ao modo como desejava parir e como desejava acolher meu filho. Para o dr dessa clínica tudo se baseava nas possibilidades de imprevistos, enquanto que na minha cabeça deveria ser: planeja-se tudo como se deseja, assim tem-se todas as chances de tudo sair muito bem. Enfim, como minha decisão aconteceu muito de repente, recebi alguns telefonemas deste gentil dr questionando minha decisão e agora com promessa de que eu poderia ter o parto dos meus sonhos. Já caí em várias ladainhas mas essa eu não corri risco não! Decisão tomada e então só esperando a hora do bebê decidir vir ao mundo!
 
Parênteses: duas coisas importantes aqui que diferentemente do Brasil nos permite fazer essa mudança sem nenhum receio (sei que muitas fazem, mas a insegurança e dúvidas tomam sempre nossos pensamentos), 1a delas é que com quase 100% de certeza o médico que faz seu pré-natal não estará de plantão no momento do parto e 2a é que raramente um médico faz um parto, são as obstetrizes. E isso é pra todo mundo, do rico ao pobre, todas parem com a sage-femme do plantão. Em outros casos como de parto domiciliar você "escolhe" a obstetriz, em cidades que são autorizadas ao parto domiciliar. Eu não tive essa sorte.
*Aqui há hospitais públicos e clínicas privadas, praticamente para o paciente é a mesma coisa em termos financeiros, o que muda é pra onde o dinheiro vai, o sistema de saúde francês é considerado um dos melhores da europa. Resumidamente funciona assim, a priori arca-se com quase todas as despesas e o governo reembolsa cerca de 60 a 70%, para reembolso total contrata-se uma mutual (ou complementar) que vai complementar os 100% gastos. Em casos de doenças graves e também a internação maternidade, tudo fica por conta do governo. A Mutual, a grosso modo, é um Seguro-Saúde como o que temos no Brasil , porém a diferença é que ele só se encarrega da parte qual o Governo não paga, já no Brasil é completamente diferente pois pagamos exatamente duas vezes para ter acesso uma saúde decente. Em relação a esta Mutual, cada um é livre de escolher qual empresa contratar, ou até mesmo de não contratar, pois não é obrigatória. Ou para aqueles que possuem uma baixa renda comprovada existe a CMU (couverture maladie universelle) que arca com os 100% dos gastos para quase todos tratamentos e medicamentos.


E falando em planos de parto, eu vou providenciar uma tradução e colocá-lo aqui pra vocês, quem sabe pode ajudar! <3
 

segunda-feira, 18 de maio de 2015

De malas prontas



Malas prontas rumo ao velho mundo e um novo eu.
E é então aí que começa a ideia de escrever um blog. Nós já tínhamos planos para um futuro, mesmo que curto. Eu iniciaria um contrato de pós doutoramento na França em setembro, o que me deixou com muito receio devido a gravidez. (Infelizmente nessa sociedade em que vivemos, uma mulher que trabalha é sempre desencorajada a engravidar, os pensamentos vão sempre em direção à aceitação pelo trabalho, medo do que será depois da gravidez e/ou com o fim da licença maternidade). No entanto, ao comunicar aos meus futuros chefes a novidade fiquei aliviada com uma resposta tão positiva. E ainda poderia aproveitar de uma licença maternidade "a la brasileira" ao invés dos 3 meses legislados pela França, dos quais um deles é antes do bebê nascer, então a mulher entra em licença maternidade e fica torcendo para a criança nascer antes da data prevista, assim sobra mais tempo para depois do parto. Viu que nem tudo lá de fora é melhor do que no Brasil? 
E foi nesse momento de mudança(S) que eu mergulhei fundo na maternagem. Conheci várias mulheres que são hoje pra mim inspiração. Conheci um grupo virtual imenso (virtual, mas que tem trazido e traz benefícios reais a muitas mulheres nesse mundo afora) de ativistas na luta pelo direito da mulher, outros grupos de apoio, de super importância para essa fase de tantas mudanças físicas e sobretudo, emocionais! 
E enquanto a gente ia se programando pra mudança de país eu ia estudando, investigando, discutindo e ensinando (ao maridão que ainda estava bem desnorteado com a novidade). Para homens a ficha demora a cair ne?! 
Ao chegar em terras bearnesas comecei um trabalho de preparação de parto, fazia yoga e canto pré-natal e o futuro papai entrou nessa comigo. Sentia-me bastante segura quanto à escolha e o desejo de receber ao mundo nosso bebê, mas nem tudo foi flores e cor de rosa. A espera num país novo, trabalho novo e a bomba de hormônios que explodia em mim não ajudaram em nada, ao contrário, dificultaram e muito, sobretudo a minha aceitação em não estar mais no Brasil, longe da família e amigos. 
Continue aqui que em breve vou falar sobre essa história de preparação pré-natal, yoga, canto e etc e como foi trocar o morro dois irmãos carioca pelo pic du midi d'ossau no bearn! 


sábado, 16 de maio de 2015

Enquanto estava terminando foi que tudo começou.

Terminei meu doutorado em química e 10 dias depois estávamos eu e meu marido de malas prontas para nossa viagem dos sonhos. Não nos planejamos demais apenas compramos um carro, nossa cremusca, um fusquinha 1979 e pé na estrada (veja aqui ).
A nossa surpresa é que ao fim da nossa viagem, enquanto estávamos ainda na Bolívia, o Boris (meu marido) começou a ficar preocupado com o meu atraso do mês. Eu estava tranquilona, pensava que isso não aconteceria comigo, não agora.
Um parêntese, eu sempre dizia que não queria ser mãe. Várias coisas contribuíram para essa minha decisão por um certo tempo, até conhecer meu marido. Enquanto ainda estávamos nos conhecendo a gente se pegou conversando sobre nomes de filhos, imagina? E então sabia que isso um dia ia acontecer, a vontade talvez iria bater. Nessa viagem a gente também falou sobre nomes de bebês e depois ficávamos rindo sobre isso, afinal pra gente isso ainda iria demorar.
Pois bem, várias coisas começaram a emperrar na viagem, nossa cremusca estava infartanto e no final ela quebrou mesmo foi a coluna vertebral. Nosso destino final era uma cidadezinha no interior do mato grosso onde mora minha irmã. Mas a cremusca ficou no pátio da Igreja de Ponta do Aterro – MT, divisa com a Bolívia. E nós três (sem sabermos ainda que já éramos 3) seguimos na boleia de um caminhão de cerveja de dois queridos que conhecemos na cidade. Passamos a noite viajando nas estradas (nem queiram saber como são, rs...) entre Ponta do Aterro e Pontes de Lacerda, aonde dormimos na casa da irmã do Lorinho (vou ter que mostrar esse blog pra ele rs).
Há exatos 30 km de Cáceres, nosso destino final, paramos no posto caramujo e eu corri no banheiro pra fazer o teste de farmácia, sozinha lá dentro foi uma tremedeira só até conseguir colocar o xixi dentro do potinho e quando pus a fitinha nem precisei esperar os 5 minutinhos, eu estava MUITO grávida já!
Foi um misto de desespero e alegria! Chorei! E o Boris entendeu que ele poderia sim fazer filho. Por que será que homens sempre têm esse receio?
Enfim, chegamos na casa da minha irmã e eu já queria contar pra todo mundo. A ficha foi caindo, fizemos surpresa pra minha irmã e a família contamos no skype, vovó e vovô pularam de felicidade, tudo uma festa!
Terminei minha viagem de avião indo para minha cidade natal para realizar as primeiras consultas do pré-natal. Enquanto o maridão continuou a saga indo por 40h de Cáceres ao Rio de Janeiro. Coitado né?! rs

sexta-feira, 15 de maio de 2015

primeiro post ( - avec version française - )

Esse é meu primeiro texto aqui no blog.
Vou iniciar contando um pouco do meu insight. Acabei de levantar da cama e decidi que este 1º texto ia sair. Minha cabeça esta um turbilhão, bombando em pensamentos e eu vou me esforçar pra partilhar tudo aqui com vocês.
A idéia de criar esse blog apareceu quando eu ainda estava grávida do Rudá (meu guerreiro do amor – vocês irão ouvir muito dele ainda) mas infelizmente esses pensamentos foram se dissipando, passei por muitas coisas durante a gravidez e a idéia do blog só ficava na cabeça, nem mesmo pro papel ele foi. E sobre o nome? Eu acho que mesmo com toda a mudança durante a gravidez, tudo foi e ainda é um processo, mas a guinada veio mesmo "depois que pari".
Vou partilhar aqui a minha experiência de recém-mãe, recém-chegada em outro país, recém-empregada num grupo novo, gente eu me tornei recém tudo em muito pouco tempo, inclusive também recém-nascida. 
E hoje eu decidi mergulhar fundo nesse mundo, vou partilhar com vocês toda minha história. Tentarei fazer uma cronologia ou uma retrospectiva desde o momento em que descobri a gravidez e me redescobri uma nova mulher, uma pessoa melhor e com melhores valores. E a história mesmo antes da gravidez, aliás, de como meu bebê nos surpreendeu, também é super legal.
Vou te contar como foi tudo pra mim, a descoberta da espera, meu mergulho no mundo da maternidade, as dúvidas e inseguranças que me rondaram, os questionamentos, a descoberta de minha sombra, a busca por um parto natural, a partilha com o marido de todo esse conhecimento que eu adquiria, nosso empoderamento e a escolha de como trazer e educar nosso filho nesse mundo atual.
Então fique aqui comigo e acompanhe a gente que você vai gostar!


Version française:


Je vais commencer par raconter comment j'ai eu mon déclic. Je venais à peine de me lever de mon lit et je décidais de rédiger ce premier texte. Ma tête était un tourbillon, bombardée de pensée, je vais tenter de partager tout cela avec vous.

L'idée de créer un blog est apparu quand j'étais enceinte de Rudá (mon guerrier de l'amour, vous allez souvent entendre parler de lui) mais malheureusement cette idée n'a pu aboutir car j'étais occupée par 1000 choses. L'idée du blog resta donc lettre morte.

Pourquoi ce nom ? Je pense que, même avec tous les changements durant la grossesse (qui est un processus et qui continu à l'être), le véritable chamboulement fut 'après avoir accouché'.

Je vais partager ici mon expérience de nouvelle mère, de nouvelle arrivée dans un autre pays, de nouvelle employée dans un nouveau groupe , en vérité tout fut nouveau pour moi, ce fut une renaissance.

Aujourd'hui j'ai décidé de plonger dans ce nouveau monde, et partager avec vous toute mon histoire. Je vais tenter de faire une chronologie ou une rétrospective depuis le moment où je découvris ma grossesse. Je me suis redécouverte en tant que femme, mais aussi comme une nouvelle personne meilleure avec de nouvelles valeurs. Cette histoire débute avant la grossesse, et en plus, comme notre bébé fut une surprise, c'est encore plus sympa !

Je vais te raconter comme tout cela fut pour moi. La découverte de l'attente, mon plongeon dans le monde de la maternité, les doutes et les questions qui me submergèrent, la découverte de mon ombre, la recherche sur l'accouchement physiologique, le partage avec mon mari de toutes ces connaissances que j'acquis, notre renforcement et le choix de comment éduquer notre fils dans le monde actuel.

Alors accompagnes moi, tu vas aimer !
 

quem sou eu


O nascimento de uma mãe.
Carolina é dra em química e vive a maternidade como um divisor de águas. Com a espera do seu guerreiro do amor, Rudá, ela mergulhou fundo nesse novo mundo.
Trocou a cidade maravilhosa (Rio de Janeiro) pela cidade bearnesa do rei Henrique IV (Pau, na França). 
Por uma maternidade consciente e mais leve, busca no empoderamento materno e feminino uma mudança revolucionária para as mulheres do mundo.
Aqui ela compartilha tudo que descobriu depois que pari.